domingo, 15 de dezembro de 2013

Lembranças...

                                         



Quando cheguei no loteamento "Parque das Mangueiras" , logo lembrei de minha infância, subindo nas árvores, andando pelas ruas que ainda não tinha energia e a água era escassa, até me recordo que alguns moradores brigavam por um balde de água e pelos famosos "gatos" de energia, uma parte da minha família paterna adquiriu alguns lotes onde hoje construíram seus imóveis, no decorrer, as coisas foram se acalmando, soube que havia uma discoteca onde hoje é uma igreja, o proprietário era o nosso amigo Sr. Alberto Lacerda que também era dono de várias terras do loteamento


Eufrásia Mesquita

 Uma das primeiras mercearias da rua principal foi da minha tia, Eufrásia, atualmente ela é dona de uma escola construída nessa antiga chácara que ela morou.


         

 Educandário Boa Semente    
                                                                                   

Uma outra tia minha, Alice, é proprietária de alguns imóveis no bairro.

Alice Mesquita



Pontos comerciais

 Meu pai, Pedro, também foi dono de um depósito de materiais de construção que forneceu muito material para as casas vizinhas, hoje ali, funciona um estacionamento privativo.                                         

      
Pedro Mesquita
Estacionamento privativo (antigo depósito de material de construção)
                                                             



    

O local foi crescendo com a construção do condomínio Central Park (foto ao lado), mercadinhos, padarias, construtoras, igrejas, fábricas e com isso muitos moradores de Sussuarana migraram para a área e muitos vieram de outros bairros com a chegada do condomínio.



                   

                         
           

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Entrevista I



                                      Entrevista com Dona Maria de Lurdes





74 anos, moradora do bairro de Sussuarana Velha a mais de quarenta anos mora na rua Praça Geral nº 85, veio da Federação, natural de Santo Amaro da Purificação.
 
"Aqui não tinha água,nem luz", conta dona Lurdes que pegava água na fonte, seus filhos estudavam na Escola Municipal Clériston Andrade, localizada no bairro de Pau da Lima. Para chegarem até o ponto de ônibus, eles e outros moradores precisavam passar por um caminho onde existia um rio que já não existe mais, pois foi construído o famoso "Pistão".

Mesmo assim ainda ficou difícil o transporte e passaram a deslocar-se para outro bairro próximo a Tancredo Neves, com o tempo passou a circular uma linha de ônibus (Barroquinha) com apenas um coletivo para atender os moradores do local. Hoje a Sussuarana já dispõe de várias linhas de ônibus como: Barra R1, Barra R2, Barroquinha (continua), São Joaquim, Engenho Velho de Brotas, Lapa e vans alternativas como Itapuã, Mata Escura e Brasilgás.




 
Dona Lurdes diz que não se recorda de muita coisa, pois trabalhava fora do dia inteiro, mas lembra de uma história muito engraçada: "Havia um senhor chamado seu Florêncio que tinha um burro e começou carregar água no lombo do animal passando a vender para seus vizinhos" . Esse daí vendeu até água, é a luta pela sobrevivência...



Entrevista II

                                          Entrevista com Dona Virgilina


                                   
            
             
Entrevistei também uma outra senhora chamada Virgilina, uma das moradoras mais antigas do bairro e que fundou a Pastoral da Criança da Antiga Igreja Católica de Sussuarana Velha, conta que na época vários terrenos foram invadidos inclusive o da supracitada igreja, invadido por D. Isabel e Seu Francisco onde foi cercado e colocado alguns piquetes, porém, quiseram invadir novamente para construir casas, mas dona Virgilina não permitiu que isso acontecesse. 

                

 
Se dedica religiosamente a comunidade Nossa Senhora das Dores (a nova Igreja), visita casas, aconselhando gestantes, orientando-as sobre aborto, nutrição e higiene, além de trazer consigo, a famosa "Multimistura", idéia da já falecida fundadora e coordenadora da Pastoral da Criança, D. Zilda Arns


 


A mistura é preparada com ingredientes como: farelo de trigo, creme de arroz, creme de milho, goma de mandioca, farinha de mandioca, gergelim, sementes (girassol, abóbora e linhaça), folha de mandioca, primeiro é torrado depois batido no liquidificador, depois ensacado e rotulados. 





Entrevista III




Entrevista com Sr. Alberto Lacerda 

JAMILE: Como chegou aqui
SR ALBERTO: Vim de Minas, o que era um dos donos das terras do local. 
JAMILE: Como era o loteamento ?
SR ALBERTO: Me apossei das terras pelo usucapião, eu, meu irmão e minha prima adquiririmos essas terras e passamos a vender, também era dono da discoteca e através dela foram surgindo moradores e povoando o local.
JAMILE: O que ainda possui de herança, já que foram donos de várias terras ? 
SR ALBERTO: Hoje minha família já quase não tem nada, mas ele conseguiu deixar algumas terras pro seus filhos e hoje ele mora na Valéria.

"Sarau da Onça"





A partir do interesse de um grupo de amigos no bairro de Sussuarana que tomou como referência o Sarau Bem Black e o Sarau da Cooperifa (SP), o Sarau da Onça foi criado a fim de sensibilizar as pessoas da comunidade do bairro de Sussuarana, periferia de Salvador, para com os problemas que esta possui. “A arma utilizada são as palavras da boca dos poetas das baixadas e vielas do bairro.”







O Sarau da Onça nasceu da necessidade de se fazer frente ao que vem ocorrendo em Salvador nestes últimos anos: ao aumento dos índices de violência contra os jovens negros do bairro de Sussuarana. Muitas vezes dar-se a impressão de que parte da sociedade não está consciente desta realidade ou pela indiferença preferem guardar o silencio. Sabendo que o jovem é o futuro de nossa sociedade, nós não podemos calar ante os atos bárbaros de assassinatos.
O grupo tem feito apresentações no bairro aonde vem arrastando vários participantes, é um evento aberto para qualquer pessoa, independente de raça, religião ou segmentação política, se mostra aberto para os convidados também participarem através de discussões ou até mesmo levando suas poesias.







   

          Site: http://saraudaonca.wordpress.com/
  

Origem do nome




O atual bairro de Sussuarana se situa em um local onde existia um remanescente de Mata Atlântica, era uma fazenda abandonada, chamada Jardim Guiomar na qual, em 1982, surgiu uma invasão e acredita-se que a onça-parda ou Suçuarana já habitava ali e batizaram o lugar em homenagem a essa espécie. (Substituindo a cedilha pelo dígrafo)

Ironicamente o crescimento desordenado da cidade fez com que o felino entrasse em extinção e infelizmente apenas o encontramos em cativeiro, o bairro da Sussuarana é um lugar populoso, aglomerado e dividido por ruas, vielas, becos, porém possui um grande ponto comercial com supermercados, farmácias, lojas diversas, etc.
Atualmente boa parte do bairro é composta por loteamentos e já possuem conjuntos habitacionais, como: Castro Alves e Primavera, se destaca por ser bairro ainda bastante concentrado e pela conexão com o CAB, já citado numa postagem anterior.


O CAB

Um local bonito e arborizado, lembro que eu patinava e pedalava ali, dava até pra ir andando à escola na época do colegial, contemplando a bela paisagem...


  
 

O Centro Administrativo da Bahia, mais conhecido pelo acrônimo CAB, foi implantado no primeiro governo de Antônio Carlos Magalhães, em 1972, muitos dos edifícios, como os da secretarias, o Centro de Exposições do CAB (1974) e a Igreja do CAB (1975) foram projetadas pelo arquiteto João Filgueiras Lima. O traçado viário é de autoria de Lúcio Costa.

A cerca de 15 km do centro da cidade, ora é considerado componente do bairro da Sussuarana, ora é considerado um bairro de fato, a região é cercada de vestígios de Mata Atlântica, às margens da Avenida Paralela.




E em 9 de agosto de 2009, foi realizada a primeira prova da história da Stock Car em um circuito de rua e no Nordeste: o GP Bahia, nas ruas do CAB, em 2010, o circuito passou a se chamar "Circuito Ayrton Senna", em homenagem ao brasileiro tricampeão da Fórmula Junto com o novo nome, foi inaugurada um monumento a Ayrton Senna, de autoria do artista baiano Bel Borba.





Em 10 de julho de 2004, o Centro Administrativo serviu de palco para outro grande evento, a gravação do CD Esperança do grupo musical gospel Ministério de Louvor Diante do Trono com um público de mais de 1.200.000 (um milhão e duzentas mil) pessoas, de diversas religiões, segundo dados da Polícia Civil da Bahia.